Partidos políticos segundo Pasquino
Introdução geral
- Os partidos políticos são instituições centrais nas democracias modernas.
- Gianfranco Pasquino analisa sua origem, tipos, sistemas, funções e razões de sobrevivência.
- Objetivo da aula: compreender o papel e a importância dos partidos políticos.
Parte I – A origem dos partidos
Partidos e a representação
- Expansão do sufrágio no século XIX impulsiona partidos organizados.
- Papel: articular interesses sociais e mobilizar eleitores.
- Relação direta entre democratização e institucionalização partidária.
Síntese da origem
- Partidos nascem da necessidade de:
- Representar interesses coletivos.
- Estruturar competição eleitoral.
- Oferecer estabilidade política.
- Origem multifacetada: fatores sociais e institucionais.
Parte II – Tipos de partidos
Partidos de notáveis
- Baseados em elites influentes.
- Estrutura frágil e dependência de lideranças.
- Predominantes em contextos de sufrágio restrito.
Partidos de massa
- Surgem com ampliação do voto.
- Organização sólida e permanente.
- Base social ampla e militante.
- Visam integrar cidadãos à vida política.
Partidos de quadros
- Organização mais seletiva e restrita.
- Valorizam qualidade dos membros, não quantidade.
- Atuação voltada à arena parlamentar.
Partidos de eleitores
- Estruturas flexíveis, ativadas em campanhas.
- Priorizam eficácia na conquista de votos.
- Funcionam de modo intermitente.
Partidos de integração
- Envolvem cidadãos em várias dimensões da vida política.
- Identidade política forte e duradoura.
- Mobilização contínua, não apenas eleitoral.
Síntese dos tipos
- Notáveis: frágeis, elitistas.
- Massa: organizados, de base ampla.
- Quadros: seletivos e restritos.
- Eleitores: voltados à disputa eleitoral.
- Integração: permanentes e identitários.
Parte III – Sistemas de partidos
O que é um sistema de partidos?
- Conjunto de partidos que interagem num regime político.
- Importa considerar:
- Relações de competição e cooperação.
- Regras institucionais.
- Peso relativo dos partidos.
Sistema unipartidário
- Apenas um partido é legalizado.
- Monopólio da representação.
- Ausência de competição real.
- Exemplo: China, Cuba.
Sistema bipartidário
- Dois partidos dominam a cena política.
- Alternância estável no poder.
- Oferece clareza de opções ao eleitor.
- Exemplo: EUA, Reino Unido.
Sistema multipartidário
- Mais de dois partidos relevantes.
- Necessidade de coalizões para maiorias.
- Pode gerar instabilidade, mas amplia representatividade.
- Exemplo: Brasil pós-1988, Alemanha.
O caso brasileiro
- Multipartidarismo fragmentado.
- Grande número de partidos com representação no Congresso.
- Governabilidade depende de amplas coalizões.
Federações partidárias
- Criadas pela Lei nº 14.208/2021.
- Dois ou mais partidos atuam como um só, por no mínimo 4 anos.
- Funcionamento: estatuto comum, disciplina unificada.
- Exemplos:
- Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV).
- PSOL-Rede.
- PSDB-Cidadania.
- Objetivo: reduzir fragmentação e fortalecer blocos estáveis.
Parte IV – Funções dos partidos
Representação
- Canalizam interesses sociais para dentro do Estado.
- Transformam demandas em propostas políticas.
- Conectam sociedade e governo.
Agregação de interesses
- Selecionam e organizam reivindicações.
- Transformam conflitos em programas políticos.
- Buscam compatibilizar demandas contraditórias.
Recrutamento político
- Selecionam lideranças e candidatos.
- Fornecem quadros técnicos e dirigentes.
- Papel central na profissionalização da política.
Socialização política
- Educam e formam identidades políticas.
- Orientam valores cívicos.
- Integram cidadãos à vida democrática.
Organização da competição
- Estruturam o processo eleitoral.
- Oferecem opções claras aos eleitores.
- Garantem que a disputa se mantenha dentro das regras.
Exercício do poder
- Implementam programas políticos.
- Coordenam ação parlamentar e executiva.
- Exercem funções de governo.
Controle político
- Atuam na oposição como fiscalizadores.
- Criticam, denunciam e controlam governos.
- Contribuem para equilíbrio democrático.
Síntese das funções
- Representar, agregar, recrutar, socializar, organizar, governar, controlar.
- Mostram a centralidade dos partidos na democracia.
Parte V – Por que sobrevivem os partidos?
Introdução
- Apesar das crises e críticas, partidos continuam existindo.
- Pergunta de Pasquino: por que sobrevivem?
Necessidade de representação
- Nenhum substituto cumpre essa função com eficácia.
- Canais de mediação entre cidadãos e Estado permanecem indispensáveis.
Estruturação da competição
- A disputa pelo poder precisa de ordem e regras.
- Os partidos organizam a competição eleitoral.
Integração e identidade
- Oferecem referência estável ao eleitor.
- Estruturam identidades políticas de longo prazo.
Adaptação às mudanças
- Transformam-se com o tempo:
- Reformulam programas.
- Renovam lideranças.
- Ajustam-se a novos contextos sociais e tecnológicos.
Conclusão geral
- Partidos sobrevivem porque suas funções são insubstituíveis.
- Representam, organizam, governam e integram.
- Mesmo em crise, continuam pilares do sistema democrático.
Socialização política