Desafios contemporâneos ao Estado constitucional: Big Techs e nacionalismos
Introdução
O século XXI coloca desafios inéditos ao Estado constitucional. Dois vetores destacam-se:
- A emergência das Big Techs como atores com poder comparável ao Estado.
- A ascensão de nacionalismos que questionam a interdependência global.
Apresentaremos autores que analisam esses fenômenos sob o prisma do constitucionalismo.
Big techs como “soberanos digitais”
Michael Bollerman argumenta que as Big Techs se assemelham a estados soberanos:
- Detêm poder econômico, regulatório e influência sobre infraestruturas digitais.
- Moldam discurso público e ambientes legais em diversos países.
:contentReferenceoaicite:1
Simon Chesterman advoga o conceito de “silicon sovereignty”:
- O poder consolidado nas mãos de corporações substitui parte da governança estatal.
- Desloca-se o foco da ordem internacional em favor de uma oligarquia digital.
:contentReferenceoaicite:2
Governança algorítmica e autoridade constitucional
Yiyang Mei e Michael J. Broyde propõem:
- A necessidade de legitimação constitucional da governança por algoritmos.
- Três princípios basilares:
- Poder público deve ser delegado de forma participativa.
- Autoridade distribuída e contestável por comunidades representativas.
- Direito constitucional de resistência a sistemas opressores.
:contentReferenceoaicite:3
Gilad Abiri defende o conceito de “Public Constitutional AI”:
- Governança da IA baseada em Constituição elaborada com participação pública.
- Instituição de “tribunais de IA” para criar jurisprudência e legitimar decisões algorítmicas.
:contentReferenceoaicite:4
Crítica ao constitucionalismo digital tradicional
Artigo editorial desafia os limites do constitucionalismo digital:
- Aponta contradições intrínsecas no conceito.
- Propõe uma reconstrução via constitucionalismo societal, transcendendo o Estado-liberal.
:contentReferenceoaicite:5
techno‑nacionalismo e interdependência estatal
Yadong Luo e Ari Van Assche analisam o techno‑geopolitical uncertainty:
- A política industrial nos EUA (e.g., CHIPS Act) representa uma virada para o tech‑nacionalismo.
- Essa lógica prioriza rivalidades geopolíticas e desestabiliza sistemas interdependentes.
:contentReferenceoaicite:6
autores em filosofia política constitucional
Alessandro Ferrara (2023):
- Em Sovereignty Across Generations, revisita a soberania diante de populismos e desafios transnacionais.
- Discute como a legitimidade constitucional deve ser concebida para além do presente imediato.
:contentReferenceoaicite:7
Kim Lane Scheppele:
- Estuda o retrocesso democrático por via legalista (autocratic legalism).
- Introduz o conceito de “Frankenstate” para regimes que mantêm aparência democrática, mas desmantelam seu conteúdo.
:contentReferenceoaicite:8
Ran Hirschl:
- Em City, State, analisa como o constitucionalismo se adapta à urbanização extrema e fragmentação política.
:contentReferenceoaicite:9
conclusão
O Estado constitucional atual enfrenta tensões complexas:
- Big Techs deslocam parte da governança estatal tradicional.
- A IA algorítmica demanda novas formas de legitimação constitucional.
- Techno‑nacionalismo desafia a interdependência global.
- Filósofos constitucionalistas exploram como reinventar soberania e legitimidade em contextos fragmentados e digitais.
Esses autores fornecem ferramentas essenciais para repensar o constitucionalismo no século XXI.
Se desejar, posso transformar esse conteúdo em slides .qmd
, roteiro para aula, ou mesmo em um artigo comparativo sobre essas tendências. Deseja seguir com algum desses formatos? ::contentReferenceoaicite:10